INS. PIRAÇÕES
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
domingo, 14 de agosto de 2011
Pode ir
Pode ir.
Não, eu não vou te pedir pra ficar.
Tudo vai, nada fica.
Tudo renasce.
Sim, eu vou ficar bem.
Não, eu não tenho mais medo, ele já foi embora.
Vá logo, já está tarde.
E por favor me prometa que não vai voltar quando o dia clarear.
Não, eu não vou te pedir pra ficar.
Tudo vai, nada fica.
Tudo renasce.
Sim, eu vou ficar bem.
Não, eu não tenho mais medo, ele já foi embora.
Vá logo, já está tarde.
E por favor me prometa que não vai voltar quando o dia clarear.
sábado, 30 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Cansei
Cansei.
Cansei das palavras, as ditas e as nunca pronunciadas.
Cansei de mim e de todos os olhares.
Cansei das reminiscências e das dúvidas.
Cansei das pessoas.
Cansei de esperar o tempo passar.
Cansei de não conseguir parar minha mente.
Cansei de não dormir.
Cansei de estar cansada.
Vou procurar minha paz.
Cansei das palavras, as ditas e as nunca pronunciadas.
Cansei de mim e de todos os olhares.
Cansei das reminiscências e das dúvidas.
Cansei das pessoas.
Cansei de esperar o tempo passar.
Cansei de não conseguir parar minha mente.
Cansei de não dormir.
Cansei de estar cansada.
Vou procurar minha paz.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
A um ausente
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Carlos Drummond de Andrade
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Carlos Drummond de Andrade
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